domingo, 22 de fevereiro de 2015

Diário de Bordo - Parte 2

Domingo, 15 de fevereiro bati à porta da minha homestay. Fui recebida por outro simpático estudante, também brasileiro, ganhei um quarto e fui apresentada à casa.
Tudo o que eu queria na vida era dormir, ficar esticada na cama sem falar, sem ouvir, sem nada... mas, eu precisava aprender a sobreviver aqui durante estas 4 semanas. Então, precisei caminhar um 'pouco', meu conterrâneo levou a mim e os outros novos estudantes Yu e Akyio - japoneses, para comprarmos passes de ônibus, sabermos onde e qual deveríamos pegar e onde ficam nossas escolas.
Primeiro passeio em Vancouver! Eu vislumbrada com duas coisas: 1ª - o frio! 2ª - o transporte público aqui funciona, de verdade! =O.. Não é barato, mas funciona perfeitamente como idealizamos no Brasil.
Downtown é o centro de tudo... o que quer que estejamos procurando, lá tem. As escolas são lá, tem igrejas, parques, shoppings, StarBucks (uma pra cada esquina, diga-se de passagem)... all things.
Nessa primeira volta, fui apresentada ao charmoso porto de Vancouver, coisa linda, cinematográfica, literalmente... Eu não peguei muitas fotos, minhas mãos ainda se adaptavam à temperatura e eu realmente estava cansada de tanto vôo. A vista é explendorosa... e outra coisa que me chamou a atenção aqui é a ausência de animais de rua, sem dono. Sete dias em Vancouver e não vi nenhum animal abandonado nas ruas... Primeiro mundo não é qualquer coisa, tem que incluir respeito pelos animais, né!
Assim como fiquei encantada com algumas coisas, outras me entristeceram muito. 1ª- Casa sem animais, nenhum cachorro, nem gato, só dois peixinhos... 2ª- Drogas liberadas para "fins medicinais", todos os lugares da cidades têm cheiro de maconha, além de atacar minha alergia, me deixa indignada com o estado físico e psíquico das pessoas que usam. Por causa do frio, os ônibus geralmente ficam com as janelas fechadas, e, infelizmente, as pessoas que decidem usar, carregam o cheiro junto, than...
Coisa muito, muito, muito boa e que é a finalidade da minha viagem, claro: as aulas são excelentes, nas escolas não é permitido falar outros idiomas, apenas Inglês, o que nos força a aprender e, na Kaplan, onde estudo, o método me cativou... sem contar que estudar com professores nativos e nascidos com o idioma no sangue conta muito! Tenho colegas japoneses, coreanos, indianos, europeus.. e a única forma de me comunicar com eles é praticando Inglês, so.. that's good!
O balanço da minha primeira semana teve um resultado muito positivo, apesar de um forte resfriado me deixar de cama algum tempo, apesar de eu estar em período (curto) de adaptação, de eu sentir falta da comida brasileira, principalmente do almoço e do sal no arroz e nas carnes... tenho aprendido muito, não somente sobre o que vim buscar, mas N outras culturas que eu nunca imaginei! E, tive o prazer de encontrar-me com uma mega estrela em uma das minhas tardes perdida em Downtown.. *_*.
Último detalhe: ainda que o Canadá seja convidativo e Vancouver seja um mundo completamente atraente, estou contando os dias pra voltar pra casa, estou morrendo de saudade de tudo!
















sábado, 21 de fevereiro de 2015

Diário de bordo - Parte 1

Acho que todo mundo que sai do país cria um blog pra contar o que acontece, e que o meu espaço é mais um desses clichês. Mas também acho que experiência é sempre bom ter e saber, e eu não dou conta de atualizar minha família e amigos individualmente com o que acontece aqui...
Geralmente eu faço planos pra vida... pelo menos um ano de antecedência. Mas devo ter caído e batido forte a cabeça, em outubro decidi por uma coisa que mudaria toda a minha vida.
Em 15 dias orcei, fechei e paguei por um pacote de intercâmbio para um país com a cultura, a língua, a comida, tudo, tudo muito diferente do que estou acostumada. E esse foi o start da aventura.
O início foi em outubro, mas a ficha só caiu em dezembro, quando as cartas da escola, as passagens e informações sobre minha homestay chegaram via Correios.. Não sei quantas vezes me chamei de louca depois disso.. eu mal acreditava que essa decisão tinha partido de mim. Tive sorte em contar com apoio da minha família, dos amigos e com as férias do trabalho, sem isso, o desespero seria maior!

1º embarque: 14.fev.2015
Horário: 06:15 am (BRA)
Destino: Confins
O que passava pela minha cabeça: Continuo maluca, mas, já que estou aqui, preciso seguir à diante.
1º desembarque: 07:20 am (BRA)
O que aconteceu: fiz check-in na companhia aérea e fui procurar almoço. Tudo tranquilo, aeroporto de costume, lugares de costume, nenhum problema.

2º embarque: 14.fev.2015
Horário: 11:45 am (BRA)
Destino: Guarulhos
O que passava pela minha cabeça: Não conheço este aeroporto, e fica em São Paulo, que maluquice a minha!
2º desembarque: 12:39 am (BRA)
O que aconteceu: descobri que minha mala teve os cadeados violados pela TAM, mas ainda não havia sentido falta de nada... e a melhor e mais cômica parte da história: Havia uma diferença ENORME entre o horário em que cheguei a Guarulhos e meu próximo vôo. 11 horas a diferença, e como é que eu ia usar este tempo todo num lugar que nem conhecia? Celular. Eu estava exausta, com uma roupa quente, carregando minha mala pra despachar, minha bolsa e uma mochila, sozinha!... não aguentava mais. Aí eu soube que tinha um hotel dentro do aeroporto, eu estava salva, minha coluna, meus pés, pernas e costas também! Erro: Não havia vagas no hotel.
Então, eu me tornei praticamente moradora de Guarulhos... precisava me trocar, tomar um banho, comer direito, comprar uns dólares e descobrir onde o guichê da AirCan seria aberto. Eu estava desesperada de novo... sem vaga no hotel, sem chuveiros no aeroporto, entrei em um banheiro com mala e tudo, me lavei na pia, mudei de roupa e, enfim, libertei meus pés de um par de botas. Mas eu continuava exausta, eram 4 da tarde no Brasil e eu precisava me esticar um pouco. Aí tive a "brilhante" idéia de procurar um banheiro para deficientes, cujas portas são mais largas e eu conseguiria entrar com carrinho e tudo, achei!.. Não dá pra descuidar das malas nem um segundo no Brasil.. Já no banheiro, coloquei a mala na direção da privada tampada, peguei um dos enormes casacos e fiz um mini colchão... dormi um tempinho, mas, o mais importante: minhas costas agradeceram depois. :]
Quando saí do banheiro, próximo das 7:00 PM, a moça da limpeza me perguntou: "fia, você tá bem? tem mais de três horas que você tá nesse banheiro!" Agradeci a preocupação e jurei que estava bem (cômico se não fosse trágico!) ri até chorar.... kkkkkk
Comprei dólares (caros), entrei numa fila interminável para check-in, entreguei minha mala, entrei na sala de embarque, conheci um simpático casal mineiro, emprestei meu telefone pra esposa, comprei comida, mandei fotos pra casa, e esperei pelo embarque. Nunca tive um dia tão comprido!


3º embarque: 14.fev.2015
Horário: 10:30 pm (BRA)
Destino: Toronto
O que passava pela minha cabeça: Pra quê tanto tempo de diferença entre o desembarque em GRU e o embarque pra Toronto? Como será o processo de imigração no Canadá?
3º desembarque: 15.fev.2015 - 08:45 am (BRA)
O que aconteceu: Atrasou em uma hora quase... Entrei no avião, tomei minha poltrona, ao lado de dois outros brasileiros, um que já havia estudado em Vancouver, outro que ia fazer o mesmo que eu. Tomei meus remédios, liguei a tv, vi uns filmes, conversei um pouco com meus conterrâneos e dormi.

4º e último embarque: 15.fev.2015
Horário: 13:50 am (BRA)
O que passava pela minha cabeça: Perdi o próximo vôo, e agora?
4º e último desembarque: 06:56 pm (BRA) | 12:56 am (CAD)
O que aconteceu: vôo atrasado em 1 hora... mas cheguei! Enfim, terra firme. Não tão frio quanto eu esperava, nem de longe como eu imaginava. Encontrei o pessoal do traslado, comprei café, fui trazida pra homestay. EU SOBREVIVI!!!


1ª foto em Vancouver.